bad review

Sunday, January 21, 2007

Blood Diamond - Diamante de Sangue

No ano de 1999, a Guerra irrompe descontroladamente na Serra Leoa. Os rebeldes destroem povoados, fazem prisioneiros, separam famílias e os filhos são levados para fazerem parte das milícias que visam derrubar o governo. É uma espiral de violência, raiva e terror que visa suportar uma Guerra Civil, financiada pelos diamantes, um tesouro natural que deturpa as mentes dos gananciosos e que gera violência pelo seu controlo.
Soloman Vandy (Djimon Hounson) foi separado da sua família e é feito prisioneiro pelos rebeldes, sendo forçado a procurar diamantes nos rios da Serra Leoa. Quando encontra um raro diamante rosa desencadeia uma série de acontecimentos que o vai levar até Danny Archer (Leonardo diCaprio), um antigo soldado, que entretanto virou contrabandista, que vê na procura desse diamante, uma oportunidade para sair do país e gozar uma reforma antecipada.
Os seus caminhos cruzam-se com Maddy Bowen (Jennifer Connelly), uma jornalista americana que pretende escrever mais do que um artigo, quer contribuir para uma melhor sociedade em África, denunciando o tráfico dos chamados "diamantes sujos".
"Diamante de Sangue" é um filme de acção competente, apesar de não ser um grande filme. Destaco o facto do director de fotografia ser o português Eduardo Serra, que fez um trabalho fantástico, bem como o trabalho de realização de Edward Zwick. O elenco está muito bem, com destaque para Leonardo diCaprio, cuja nomeação para o Oscar neste filme é muito merecida.
É um filme que se vê bem, mas que no fim nos deixa um pouco insatisfeitos, porque podia ter sido bem melhor...

Tuesday, January 16, 2007

Scoop

Após o sucesso comercial e crítico de Match Point, Woody Allen regressa para mais uma comédia com contornos policiais, no género de "O Misterioso Assassino em Manhattan" e "A Maldição do Escorpião de Jade", porém sem a consistência e brilho do primeiro. Pelo menos pode-se dizer que tem o seu cunho pessoal, coisa que não acontecia com "Match Point", filme completamente atípico na sua filmografia, que fez com que o público que não ia ver os seus filmes gostasse desse. Sempre disse que quem gosta realmente de "Match Point" não pode ser um verdadeiro fã de Woody Allen e muito dificilmente mudarei de opinião.
Mas voltando a Scoop: Allen regressa desta vez como actor, interpretando um mágico charlatão que ajuda Scarlett Johansson a investigar o estranho caso do assassino do tarot. Normalmente Allen quando não entra nos filmes, atribui aos seus personagens masculinos os seus tiques e trejeitos, mas desta vez é Johansson que se torna a encarnação de Allen, com os seus óculos graduados, ritmo acelerado e trapalhona. Allen divide o filme com Johansson, mas dá-lhe todo o protagonismo.
Mais uma vez Allen oferece-nos boas doses de humor com os seus diálogos e situações caricatas, a destacar a sequência do barco cujo "capitão" é a própria morte, que serve de mote para informar o espectador que Lord Lyman é o principal suspeito nos inúmeros crimes cometidos contra jovens prostitutas. O jornalista transportado no barco (para o além), encontra uma forma de transmitir à jovem estudante de jornalismo (Johansson), inúmeras pistas que a levam a agarrar esse furo jornalístico (scoop), com unhas e dentes.

As cenas em que entram Allen são deliciosas e a sua parceria com Johansson resulta muito bem. Realço o desempenho de Hugh Jackman como o aristocrata Lord Lyman, que cada vez mais se destaca pelas suas escolhas cinematográficas, descolando-se aos poucos da imagem de super-herói da Marvel.
Não sendo porém um grande filme, Scoop é uma obra divertida e que vale a pena ver, quanto mais não seja para constatar que Woody Allen continua a ser um comediante fantástico.


Globos de Ouro 2006
Ou: Dario, sabes alguma curiosidade sobre o Leonardo DiCaprio? E o vestido da Meryl Streep?

Antes de mais, tenho de louvar o AXN por ter transmitido em directo a cerimónia dos Globos de Ouro, e por me ter divertido tanto com a apresentação de Liliana Neves (minha conterrânea da cidade de Espinho) e com Dario Oliveira (que segundo a legenda é especialista em cinema).

Está provado que não é preciso ser grande comunicador para apresentar programas na televisão, porque senão esta senhora não tinha direito a ter um programa sobre cinema no AXN. A falta de à vontade e as perguntas muitas vezes despropositadas e idiotas colocadas a Dario Oliveira, com destaque para as milhentas vezes que o nome Dario foi pronunciado em todo o programa, só me davam vontade de rir. A começar na televisão em estúdio ( cinza prata) que tinha manchas de dedadas, que eram notórias quando faziam zoom in na televisão, até às perguntas sobre as roupas e as curiosidades sobre os actores. Pelo menos diverti-me imenso, coisa que talvez Dario Oliveira não tenha achado, visto que tinha que manter a postura numa cadeira já de si com ar pouco confortável e ainda para mais a ter que responder às perguntas feitas a martelo por Liliana Neves.

Agora falando nos vencedores:
Babel foi considerado o Melhor Filme Drama da noite. Não vi o Little Children e o Bobby, mas dos outros 3, ainda o que gostei mais foi do Departed. Apesar de não ser um filme no seu todo brilhante, é sem dúvida superior a Babel e a The Queen.
Na categoria de Melhor Filme Musical ou Comédia só vi o Little Miss Sunshine, por isso não tenho pontos de comparação.
Na categoria de Melhor Actriz Drama era óbvio que ia ganhar Helen Mirren, porque papéis de monarcas ou deficientes costumam ser sempre apostas ganhas. Gostei muito de Penélope Cruz no Volver, mas como foi o primeiro grande papel da sua carreira, provavelmente vão esperar para ver se amadurece mais como actriz, o que talvez tenha acontecido também com Dicaprio (nomeado na mesma categoria com 2 filmes).
O Melhor Realizador foi Martin Scorcese, que sem dúvida nenhuma merecia ser consagrado com um prémio, apesar de já ter ganho a mesma estatueta com "Gangs of New York", mas o Oscar teima em lhe escapar, será que é desta?
O Melhor Actor numa Comédia ou Musical foi o previsível Borat, que desta vez apareceu à "civil", estando completamente irreconhecível sem o bigode farfalhudo e as roupas foleiras.
E finalmente, parece que Eddie Murphy ressuscitou para os filmes de qualidade e quem sabe se o Globo de Ouro para Melhor Actor Secundário, não seja um novo começo?
Não vou estar a falar sobre as séries de televisão, porque muitas não conheço ou não vejo, mas despeço-me com uma pérola da nossa querida Liliana Neves: Dario, sabes alguma curiosidade sobre o Martin Scorcese, Dario....

Friday, January 12, 2007

Letters from Iwo Jima

Clint Eastwood conclui a recriação da batalha de Iwo Jima, que teve lugar no Inverno de 1945 entre os EUA e o Japão. Desta vez adaptou o ponto de vista dos japoneses que lutaram para impedir a tomada de posse da ilha, cuja localização estratégica facilitaria um ataque ao Japão.
O General Kuribayashi (Ken Watanabe) ficou encarregue de comandar as tropas na ilha e preparar o iminente ataque americano. Contudo, a sua abordagem não coincide com a visão tradicional e rígida dos seus subordinados, que o encaram com desconfiança e cepticismo.
Noutro patamar encontramos o jovem soldado Saigo, um jovem padeiro que tenta sobreviver juntamente com os seus amigos ao duro regime do exército japonês, encontrando consolo nas inúmeras cartas que escreve à sua jovem esposa.
Sem dúvida nenhuma superior a "Flags of our Fathers", porém sem ser a obra-prima falada pela crítica, "Letters from Iwo Jima" é um filme competente, que apesar de não aborrecer também não nos deixa deslumbrados. Mantém a mesma imagem do anterior (praticamente monocromático, que agora parece estar na moda), porém as sequências de guerra já não deixam espaço para muita surpresa, porque o outro já tinha mostrado como as coisas se iam desenrolar.

Desta vez Clint Eastwood concentra-se mais nos personagens, sem dúvida mais humanizados que os da versão americana, mas também interpretados por melhores actores. Preocupa-se em mostrar as diferenças entre as duas culturas: os americanos com sede de vitória e com desejo que a guerra acabe cedo para retomarem a casa e os soldados japoneses, que estando em minoria preferem morrer a entregar-se nas mãos do inimigo.

Espero que Clint Eastwood faça um próximo filme mais intimista, porque sem dúvida é onde se sai melhor.

P.S: Para quem se pergunta como raio já vi o filme, aviso já que não saquei da net, vi num visionamento de imprensa. Sim, porque eu sou mt chique... :)