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Tuesday, August 14, 2007

Tarantino à prova de morte!


“Death Proof – À Prova de Morte”, o mais recente filme de Quentin Tarantino é uma obra bastante curiosa. Amante confesso da cinematografia de série B, Tarantino transpôs para a tela o fenómeno “grindhouse” - sessões duplas de cinema que tiveram o seu auge nos EUA na década de 70 e que consistiam em filmes de baixo orçamento, caracterizados pela sua má qualidade técnica e artística, com actores amadores a representar maus textos, tudo isto com efeitos especiais básicos. Projectados em salas degradadas, os espectadores assistiam a cópias velhas e gastas, de filmes de apelo a emoções básicas, onde o terror, o sexo e a violência eram palavras de ordem.
Este projecto partiu de Quentin Tarantino e do seu amigo e realizador Robert Rodriguez, ambos fanáticos do fenómeno “grindhouse”, construindo para o efeito uma sessão dupla. Rodriguez realizou “Planet Terror”, um filme de terror com zombies e Tarantino um filme com um serial killer misógino, que persegue jovens mulheres num carro, supostamente à prova de morte. Em Portugal, tal como no resto da Europa, os filmes foram separados e com diferentes datas de estreia (“Planet Terror” estreia por cá em Setembro), perdendo a ideia inicial de sessão dupla e a possibilidade de ver os trailers fictícios (incluídos entre os dois filmes), criados especialmente por realizadores amigos da dupla.
O filme é fiel ao espírito “grindhouse”: a imagem é granulada, sofre saltos de fotogramas para simular uma cópia gasta e algumas vezes apresenta alterações de cor. Os diálogos não são muito elaborados, como se fosse um grupo de amigas a conversar em casa ou num bar, mas de qualquer maneira a destilar “cool” por todos os poros, como todos os argumentos de Tarantino.
Famoso por “ressuscitar” carreiras de actores e por incluir nomes pouco conhecidos nos seus filmes, este filme não é excepção. O nome mais sonante é mesmo o de Kurt Russell, actor que ultimamente tem aparecido em alguns projectos, mas raramente como actor principal e que regressa em grande forma para encarnar Stuntman Mike, um duplo de cinema, que encontra prazer em assassinar jovens mulheres com o seu carro.
Destaco o desempenho brilhante de todas as actrizes envolvidas e a empolgante perseguição automóvel, que tal como Tarantino referiu numa entrevista: “Queria fazer uma das mais perfeitas, senão a mais perfeita, sequência de perseguição de carros da história do cinema”. Para mim, foi uma meta atingida e recomendo este filme a todas as pessoas de estômago forte. Sem dúvida, um dos filmes mais originais e que mais “gozo” me deu ver no cinema, nos últimos tempos.

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