Em Busca da Felicidade

Estreia americana do realizador italiano Gabriele Muccino (O Último Beijo), "Em Busca da Felicidade" já é para mim, um dos filmes favoritos de 2007. Desprezado pela crítica portuguesa como mais um filme sobre o "american dream", lamechas qb, em que Will Smith até nem se sei mal. De mal, este filme não tem nada, aliás é a prova que uma história baseada em factos verídicos pode ser um filme profundamente humano e interessante, graças à realização de Mucino, mas também a Will Smith, que merece todo o meu respeito por este papel. Não sendo um actor que até agora tenha feito filmes que me despertassem mt interesse, espero que a partir de agora lhe seja dada a oportunidade para brilhar em papéis mais sérios.
Chris Gardner (Will Smith) é vendedor de medidores de densidade óssea, e vive com a mulher Linda (Thandie Newton) e o filho de ambos, Christopher (Jaden Smith). O negócio de vendas não corre conforme o esperado e o seu casamento está cada vez mais fragilizado, devido à falta de dinheiro e à pouca confiança que Linda deposita em Chris, para os ajudar a subir de vida. O seu único consolo é o amor incondicional que sente pelo filho, e o seu desejo de arranjar um emprego que o preencha, o que o leva a tentar arranjar um emprego na Bolsa.

Filme profundamente tocante e humano, é um filme que me prendeu do início até ao fim, não teve momentos menos bons, tudo resulta num conjunto coeso e extremamente interessante. E para quem não viu o filme anterior, "O Último Beijo", aconselho vivamente.

Contado Ninguém Acredita

Harold Crick (Will Ferrell), é um solitário agente fiscal que leva uma vida rotineira e metódica, até ao dia em que começa a ouvir a sua vida narrada, mas como ele diz, com melhor vocabulário. Harold decide procurar ajuda psiquiátrica para saber o porquê de ouvir uma voz de mulher a descrever minuciosamente tudo aquilo que faz e que sente. Todo o seu mundo desaba quando a voz refere que Harold vai morrer.

"Contado ninguém acredita" é talvez dos argumentos mais originais transpostos ao cinema nos últimos anos. Realizado pelo alemão Marc Forster ("Finding Neverland"), que sem dúvida amadureceu como realizador, este filme tem os seus inevitáveis momentos de humor, mas ao mesmo tempo com personagens humanizados e complexos. Todo o elenco está fabuloso, desde o inseguro e paranóico Harold Crick, à escritora com bloqueio criativo desempenhada pela fabulosa Emma Thompson, à contagiante Maggie Gyllenhaal como objecto de desejo de Harold, bem como o conselheiro literário desempenhado pelo sempre competente Dustin Hoffman.

Tudo neste filme funciona muito bem, por isso não tenho nada de mal a apontar. Só me resta dizer para não perderem esta "pérola", que facilmente é deixada para trás no meio de tantos filmes nomeados para os Oscares, que infelizmente não têm nem metade da consistência e brilho deste filme.