bad review

Thursday, August 16, 2007

Aqui há rato!

Um filme da Pixar é sempre um acontecimento cinematográfico, devido à inteligência dos seus diálogos, animação de vanguarda e personagens deliciosos. Após o sucesso de “The Incredibles – Os Super-Heróis”, obra-prima indiscutível, Brad Bird elevou de tal maneira a fasquia de qualidade e perfeição, que muito dificilmente a poderia superar.
“Ratatouille” foge à tradição dos estúdios Pixar, em que cada obra apesar de ser concretizada em conjunto, é fruto da visão individual do seu criador. Desta vez, o projecto começou por ser entregue ao realizador Jan Pinkava (da oscarizada curta “Geri’s Game”), mas devido à insatisfação dos responsáveis da Pixar, o projecto foi parar às mãos de Brad Bird (graças ao enorme sucesso obtido com “The Incredibles – Os Super-Heróis”). O argumento foi reescrito e Bird conseguiu mais uma vez a aclamação do público e da crítica.
“Ratatouille” acompanha as aventuras de uma simpática ratazana, de nome Remy, cujo requintado paladar o afasta dos gostos da sua família (que se contenta em vasculhar o lixo dos humanos), e aspira a ser chefe de cozinha num dos melhores restaurantes de Paris, o célebre Gusteau’s.
Mas a vida de uma ratazana numa cozinha não é uma tarefa fácil e para sobreviver, Remy conta com a ajuda do rapaz do lixo, o desastrado Linguini, que aspira a ocupar na cozinha um cargo mais prestigiante. A falta de capacidade para cozinhar de Linguini, aliado à sabedoria e talento de Remy, transforma-os na dupla perfeita, proporcionando-nos momentos de bom humor, principalmente quando Remy orienta Linguini na criação dos pratos.
Apesar de não atingir a consistência e perfeição do anterior filme de Bird, “Ratatouille” é uma obra simpática, com momentos bastante interessantes e qualidade de animação indiscutível. A personagem principal cria logo empatia com o espectador, devido à sua doçura, inteligência e sensibilidade. Os cenários são absolutamente perfeitos, transportando-nos para as ruas de Paris, como se de um filme de imagem real se tratasse. Mas isto vindo da Pixar não é novidade nenhuma, ou não fossem eles o expoente máximo do melhor que se faz em animação no mundo.
Tudo isto são boas razões para ir ver este filme, por isso já sabe, não perca!

Tuesday, August 14, 2007

Tarantino à prova de morte!


“Death Proof – À Prova de Morte”, o mais recente filme de Quentin Tarantino é uma obra bastante curiosa. Amante confesso da cinematografia de série B, Tarantino transpôs para a tela o fenómeno “grindhouse” - sessões duplas de cinema que tiveram o seu auge nos EUA na década de 70 e que consistiam em filmes de baixo orçamento, caracterizados pela sua má qualidade técnica e artística, com actores amadores a representar maus textos, tudo isto com efeitos especiais básicos. Projectados em salas degradadas, os espectadores assistiam a cópias velhas e gastas, de filmes de apelo a emoções básicas, onde o terror, o sexo e a violência eram palavras de ordem.
Este projecto partiu de Quentin Tarantino e do seu amigo e realizador Robert Rodriguez, ambos fanáticos do fenómeno “grindhouse”, construindo para o efeito uma sessão dupla. Rodriguez realizou “Planet Terror”, um filme de terror com zombies e Tarantino um filme com um serial killer misógino, que persegue jovens mulheres num carro, supostamente à prova de morte. Em Portugal, tal como no resto da Europa, os filmes foram separados e com diferentes datas de estreia (“Planet Terror” estreia por cá em Setembro), perdendo a ideia inicial de sessão dupla e a possibilidade de ver os trailers fictícios (incluídos entre os dois filmes), criados especialmente por realizadores amigos da dupla.
O filme é fiel ao espírito “grindhouse”: a imagem é granulada, sofre saltos de fotogramas para simular uma cópia gasta e algumas vezes apresenta alterações de cor. Os diálogos não são muito elaborados, como se fosse um grupo de amigas a conversar em casa ou num bar, mas de qualquer maneira a destilar “cool” por todos os poros, como todos os argumentos de Tarantino.
Famoso por “ressuscitar” carreiras de actores e por incluir nomes pouco conhecidos nos seus filmes, este filme não é excepção. O nome mais sonante é mesmo o de Kurt Russell, actor que ultimamente tem aparecido em alguns projectos, mas raramente como actor principal e que regressa em grande forma para encarnar Stuntman Mike, um duplo de cinema, que encontra prazer em assassinar jovens mulheres com o seu carro.
Destaco o desempenho brilhante de todas as actrizes envolvidas e a empolgante perseguição automóvel, que tal como Tarantino referiu numa entrevista: “Queria fazer uma das mais perfeitas, senão a mais perfeita, sequência de perseguição de carros da história do cinema”. Para mim, foi uma meta atingida e recomendo este filme a todas as pessoas de estômago forte. Sem dúvida, um dos filmes mais originais e que mais “gozo” me deu ver no cinema, nos últimos tempos.

Monday, August 06, 2007

Harry Potter mais negro do que nunca!

A poucas semanas do lançamento do sétimo e último livro das aventuras do jovem feiticeiro, criado pela pena mágica de J.K.Rowling, chega-nos hoje ao cinema a adaptação do quinto livro: Harry Potter e a Ordem da Fénix.
Depois do confronto com Lord Voldemort, no final do “Cálice de Fogo”, que resultou na morte de Cedric Diggory, Harry enfrenta a desconfiança do mundo mágico, sendo acusado pelo jornal “Profeta Diário” de mentir acerca do regresso do senhor das trevas. Cornelius Fudge (Ministro da Magia), teme que Albus Dumbledore (Director de Hogwarts) esteja interessado no seu posto e recorre assim a todo o seu poder para controlar as notícias que saem para o mundo exterior, chegando mesmo a incluir em Hogwarts a sua mais fiel seguidora, Dolores Umbridge, para agir como os seus olhos e ouvidos. Ela decide que a sua missão é eliminar de Hogwarts os seus pesos mortos e dotar o seu sistema de ensino de métodos pouco ortodoxos, que acredita irem ao encontro dos bons olhos do Ministério, o que resulta numa grande colisão de valores.
Entretanto, retomam-se as reuniões da Ordem da Fénix, organização clandestina originalmente criada por Dumbledore, para combater as forças do mal, lideradas por Voldemort...
“Harry Potter e a Ordem da Fénix” é sem sombra de dúvida o mais negro de todos os filmes da série. Potter, agora adolescente, vive uma fase de grande conflito interior. Por um lado, sente-se sozinho e desacreditado, achando que mesmo os seus amigos mais íntimos (Ron e Hermione) não o podem ajudar, por outro lado, descobre o prazer do primeiro beijo com Cho Chang. Mas acima de tudo, a protecção que sempre sentiu por parte de Dumbledore, é afectada neste filme, não só pela aparente indiferença denotada pelo director de Hogwarts, mas também pelo facto do seu poder ser severamente ameaçado, o que acaba por torná-lo mais humano ao olhar de Harry. Além da sombra de Voldemort sempre presente, Dumbledore e toda a escola enfrentam uma das personagens mais peculiares e irritantes de toda a série: Dolores Umbridge. Imelda Stanton, a talentosa actriz que lhe dá corpo, tem um extraordinário timing cómico. Conseguiu torná-la uma mulher complexa e de modo nenhum uma caricatura. Proclamando-se como grande Inquisidora de Hogwarts, podemos verificar que sempre que aparece no ecrã com as suas roupas totalmente cor-de-rosa, à medida que o seu poder vai aumentando, a tonalidade de rosa também se vai intensificando, até adquirir um tom avermelhado.
Nenhum pormenor foi descurado pelo realizador de serviço, David Yates (conhecido principalmente pelo seu trabalho em televisão), conseguindo tirar um grande sentido da viagem emocional dos personagens. Tudo o que nós queremos é criar uma empatia com os personagens e com o fantástico mundo mágico, que muita das vezes se encontra mesmo ao lado, ou por baixo do nosso mundo (Muggle). Para todos os fãs dos livros e dos filmes, são com certeza 135 minutos bem passados.

Nuno Esteves, em estado crónico

Sunday, July 08, 2007

Olhó Clássico da TV!
2ª parte


Em 2004 estreavam duas séries que iriam mudar o actual panorama televisivo: uma era “Perdidos”, a outra “Donas de Casa Desesperadas”.
Mas antes disso, outras séries prenderam o espectador ao sofá e foram responsáveis pela criação de uma interminável legião de fãs. Lembram-se de “O Justiceiro”, “Macgyver” e “Twin Peaks”?

O “Justiceiro”, ou “The Knight Rider” (1982-1986) no seu título original, lançou para o estrelato David Hassellhoff e o seu personagem: Michael Knight. Michael era um homem que lutava contra o crime, tendo como aliado o benfeitor Devon Miles, que lhe fornecia equipamento e todos os meios que estivessem ao seu alcance na sua cruzada contra o crime. A mais notável peça de equipamento, era também a mais adorada pelos telespectadores: o carro “Kitt”, um carro de alta performance com inteligência artificial. Quem não se lembra da famosa música do genérico e dos obstáculos ultrapassados com os famosos saltos de “Kitt”. Ai que saudades!

Mas outra série veio, um ano antes de “O Justiceiro” acabar, para garantir o nosso lugar no sofá ao Domingo à tarde em frente à televisão: “MacGyver” (1985-1992)
“MacGyver” era o homem que, com um canivete suiço e fita adesiva, salvava o mundo. Explorador solitário, encontrava-se por vezes a trabalhar com uma organização chamada “Phoenix Foundation”, para o governo ou para um amigo em apuros. Encontrava os obstáculos mais inesperados e impossíveis, mas conseguia sempre arranjar uma solução fantástica, sem necessitar de armas, derrotando sempre os vilões no final, graças aos seus gadgets improvisados.

Algures entre “Dallas” e “Anatomia de Grey”, houve o marco Twin Peaks (1990-1991). Numa altura em que os adolescentes se entretiam com as aventuras de Brandon e Brenda em “Beverly Hills 90210”, “Twin Peaks” mostrou que poderia haver outra televisão. A pergunta “Quem matou Laura Palmer?” tirou o sono a muita gente, que tentou encontrar uma resposta nas inúmeras pistas deixadas pelo mestre do significado sem explicação. A aura de mistério e sobrenatural da povoação de Twin Peaks abriu terreno para séries futuras, como “Ficheiros Secretos” e “Perdidos”. Aliás, “Twin Peaks” é uma série de referência para Joss Whedon (criador de “Buffy” e “Serenity”), para David Chase (criador dos “Sopranos”) e a série favorita dos criadores de “Perdidos”.

Estas séries e muitas outras (que não tive tempo para falar aqui) ganharam um lugar de destaque na história da televisão e abriram o caminho para as séries do século XXI, onde cada vez mais actores e realizadores de cinema se deixam render pela caixa mais famosa do mundo. Podemos mesmo dizer, que as séries vieram para ficar! Com o crescimento do mercado de venda em DVD, as séries ocupam cada vez mais um lugar de destaque nas lojas especializadas, havendo para todos os gostos. É só escolher!


Fontes: “Internet Movie Database” e artigo “A revolução está a passar na televisão”, do suplemento Y ( jornal Público de 20 de Abril de 2007)

Sunday, July 01, 2007

O regresso da idade de ouro da ficção televisiva americana
1ª parte

Há quem se feche em casa a ver temporadas seguidas de séries em DVD. Há quem não aguente esperar mais uma semana para ver novo episódio na televisão e aceda à internet para o sacar (o significado desta palavra no dicionário é interessante: aconselho que o procurem). O mundo voltou a render-se às séries de ficção americanas. Quem nunca ouviu falar de “24”, “Perdidos”, “Dr.House” ou “Anatomia de Grey”?

Não há uma grande série no momento, há várias. Obrigam-nos a seguir cada episódio sob pena de se perder o fio à meada, criando novos hábitos. Há uma revolução criativa, um desafio à subtileza do telespectador e uma vontade de querermos saber mais sobre a série e sobre as personagens. Somos forçados a gravar, piratear, discutir e trocar opiniões sobre um mundo e personagens em evolução, que nos acompanham todas as semanas.

A escrita e a forma de contar histórias é incrivelmente densa, o que resulta em enredos fascinantes, mas também arriscados. Um elemento presente nas novas séries é a ambuiguidade das personagens. A fronteira entre o bem e o mal é muito ténue e muitas das vezes o herói não é completamente bom e isento de culpa. Veja-se o caso de Jack Bauer em “24” - salva sempre o mundo das piores situações de terrorismo, mas espalha pelo seu percurso, a morte e tortura - ou de Dr. House - bruto na relação com pacientes, amigos, colegas e família, mas que descobre sempre a salvação para o caso mais complicado. Muitas das vezes as personagens mais interessantes são as mais sórdidas e violentas, porque tornam a narrativa mais complexa e imprevisível.

O fascinante em muitas séries é que são mais ousadas do que muitos filmes. Não só mostram coragem ao “matar” personagens essenciais para o espectador, mas também ao tocar nos temas que muitas das vezes se tornam tabu no cinema, tal como a série “Letra L”, que aborda a temática lésbica de uma forma sensual e despreocupada. E porque é que isto não está a acontecer no cinema? Neste momento, o cinema é, acima de tudo, um negócio, um bem económico guiado pelo resultado de bilheteira na primeira semana de exibição e em que os blockbusters e as sequelas são o prato forte. Não é o suporte ideal para os riscos criativos que se passam neste momento na televisão. Os filmes são muito caros, o que faz com que haja algum receio dos realizadores e produtores em aventurar-se, o que acaba por torná-los mais previsíveis. No cinema, acresce a existência de limitações narrativas, porque em duas horas não se consegue desenvolver personagens com a perfeição que uma série pode obter.

Mas sem sombra de dúvida, a qualidade narrativa desta revolução que está a passar neste momento na televisão é unânime para todos: críticos de televisão, argumentistas, realizadores e telespectadores. Podemos afirmar que estamos a viver uma época de maturidade da narrativa televisiva, uma época de ouro de séries de ficção americanas.


Baseado no artigo “A revolução está a passar na televisão”, do suplemento Y ( jornal Público de 20 de Abril de 2007)

Wednesday, June 20, 2007

Shrek o Terceiro

Chega hoje às nossas salas, a terceira aventura do ogre mais famoso do mundo: Shrek.
Desde a sua estreia em 2001 que Shrek é um fenómeno de popularidade, mas também uma referência de qualidade por parte da crítica, tendo contribuído para lançar a Dreamworks Animation como o mais forte concorrente à Pixar Animation Studios.
Apesar de Andrew Adamson, co-realizador de “Shrek” e “Shrek 2”, ser o responsável pelo argumento deste terceiro filme, devido ao seu envolvimento como realizador das “Crónicas de Nárnia”, a escolha para a realização recaiu sobre Chris Miller, estreante que colaborou no argumento dos dois filmes anteriores.
O elenco mantém-se, mas há algumas novidades: o jovem Artie (Justin Timberlake), escolhido por Shrek para governar o reino de “Far Far Away” e o mago Merlin, famoso feiticeiro a viver no “exílio”, que não consegue acertar com os feitiços.

O ponto de partida para este filme é a morte do Rei Harold, cuja descendência recai em Shrek. Desejoso de voltar para casa, Shrek empreende uma viagem em busca de Artie, primo de Fiona, e segunda escolha para governar o reino. Porém, as coisas não vão ser fáceis para ele, porque existe alguém que deseja o trono e está disposto a lutar por ele.

“Shrek o Terceiro” segue a linha dos filmes anteriores, recorrendo a personagens de contos de fadas e a gags de cultura popular. Porém, falta-lhe força no argumento e densidade nas personagens. Visualmente está ao nível do que a Dreamworks nos habituou, com cenários fantásticos e uma animação cada vez mais perfeita, mas falta-lhe a novidade e frescura do primeiro filme. O realizador perde-se na imensidão de personagens que apresenta, não conseguindo imprimir o seu cunho pessoal num projecto que irá ser explorado enquanto o público assim o ditar.

De qualquer maneira, apesar de não ser um filme perfeito, tem alguns bons momentos de humor, continuando a cargo do Burro e do Gato das Botas a maior parte deles. Um filme divertido, para iniciar a época de Verão (que tarda a chegar) em força. E já sabem, para 2010 há mais Shrek...

Thursday, April 12, 2007

O BOM ALEMÃO

Desde a obra que o lançou para a fama, “Sexo, Mentiras e Vídeo”, Steven Soderbergh evidenciou logo uma das características mais marcantes da sua carreira: a força das imagens e a vontade de experimentar, não se prendendo num género e experimentando todo o tipo de linguagens e temas, que o cinema tem para oferecer.
“O Bom Alemão” é até à data o mais radical de todos os filmes de Soderbergh, que usa o “film noir” e o ambiente de Berlim no pós-II Guerra Mundial como base para um exercício de estilo, simulando uma produção dos estúdios de Hollywood dos anos 40, usando as mesmas técnicas de câmara, transições, iluminação, em cenários inteiramente reconstituidos em estúdio, e o uso do preto e branco.
Foi uma produção razoavelmente barata, financiada por um grande estúdio e com actores conhecidos, como George Clooney, Cate Blanchett e Tobey Maguire.
A sua ideia foi revisitar o cinema clássico americano, “piscando o olho” a alguns clássicos do cinema como “Casablanca” de Michael Curtiz, onde transpõe a cena do aeroporto, e também a “O Terceiro Homem” de Carol Reed, sobretudo pela sequência nos túneis de esgoto. A própria personagem de Blanchett tem semelhanças com Marlene Dietrich, que habitualmente representava mulheres fortes e trágicas, que exerciam o seu poder sobre o sexo masculino.
Dominado por personagens de moral dúbia, o filme usa como elo de ligação entre estas um matemático alemão que é procurado por americanos e russos, mas cujo paradeiro é desconhecido. No centro de toda a intriga temos Lena, esposa do desaparecido, que entretanto reencontra Jake, um repórter americano com quem manteve uma relação.
Neste filme não há heróis nem vilões. Ao contrário do que constituia a essência do cinema clássico, o espectador não tem figuras com que se identificar, nem se apercebe de uma narrativa coerente e organizada. Aliás Soderbergh preocupa-se mais com a criação de atmosferas, do falso visual de documentário de época, menosprezando um pouco a densidade dos personagens, meros veiculos de um exercício de estilo filmico.
Soderbergh filmou apenas o que iria aproveitar na montagem final, utilizando imagens de arquivo da época, recorrendo à técnica de “Chroma Key” para simular viagens de automóvel por Berlim, recriando a cidade nos estúdios da Universal em Burbank.
Filme competente tecnicamente, porém com um elenco sub-aproveitado, “O Bom Alemão” é uma obra que se divide entre sequências brilhantes, onde Soderbergh nos mostra toda a sua mestria técnica (tendo-se encarregue também da montagem e da fotografia, esta última a mais valia do filme), mas também num argumento com algumas lacunas e pouco aprofundado, um pouco perdido na recriação de filme de época, que dá mais valor ao aspecto que ao conteúdo.
De qualquer maneira, um filme para todos os amantes do “film noir”, uma boa oportunidade de revisitar um clássico com o olhar moderno e “savoir faire” técnico de Steven Soderbergh. Um filme a ver!